Novamente um dia de inverno, com sol de geladeira, num domingo de agosto de 2009 quando ocorreu este primeiro encontro com o pescador de almas, na sua forma inabalável e cativante.
A cidade se chama Diamante, situada a 50km da capital da província de Entre Ríos, Paraná. Como o nome mesmo diz, é um lugar calmo, tranquilo, pequeno e ao mesmo tempo valioso. Um lugar para pensar na vida, seus acontecimentos e repetidas vezes ouvir a bela canção passar repetidas vezes pelo nosso pensamento intermitente:
“Eu sou da costa selvagem da água turva e da corrente
Que bela descida devido à sua profundidade lamacenta
Sou sertanejo serio, sou gente do sertanejo Valerio
Que é onde o céu voa no Paraná
Tenho a cor do rio e sua mesma voz na minha canção continuo
A água calma e sua dança suave no coração
Mas às vezes a escuridão fica turbulenta na profundidade cega
E o brilho se faz nessa faca de pescador
Cristo das redes
Não nos deixe
E nos espinélios
Deixe-nos seus presentes
Não pense que você nos perdeu, é que a pobreza nos entristece
Sangue tenso e só se pensa em morrer
Água do velho rio, leve essa música embora logo
Que está clareando e vamos pescar para viver
Eu carrego minha sombra alerta na escala do mar aberto
E no repouso vertiginoso do espinélio
Sonho que levanto o arco e subo à lua na canoa
E lá eu descanso, minha própria pele fez um refúgio
Acalma minhas dores, oh Cristo dos pescadores
Diga a minha amada que ela está arrependida esperando por mim
Que estou pensando nela enquanto estou vagando pelas estrelas
Que o rio está agitado e estou cansado de voltar
Cristo das redes
Não nos deixe
E nos espinélios
Deixe-nos seus presentes
Não pense que você nos perdeu, é que a pobreza nos entristece
Sangue tenso e só se pensa em morrer
Água do velho rio, leve essa música embora logo
Que está clareando e vamos pescar para viver
Água do velho rio, leve essa música embora logo
Que está clareando e vamos pescar para viver”
A gratidão de poder viver esta maravilha genuinamente gratuita é amplificada quando o registro realizado nos permite pós-gostar ou pós-reviver (pedindo a devida licença poética para escrever essas expressões) por gerações e gerações. Contemplem…

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